sábado, 29 de novembro de 2008

Ficha de revisões

Imagem retirada da net



1. Estabeleça a relação entre acção. agir e fazer.

2. Determine o que distingue um acto humano de um acto do homem; um acto voluntário de um acto involuntário; um acto consciente de uma cto inconsciente.

3. Evidencie os vários momentos do acto voluntário.

4. Explicite as condicionantes da acção humana.

5. Relacione liberdade, determinismo e responsabilidade.

6. Reflicta sobre a pertinência do compatibilismo.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Compatibilismo

Imagem retirada de http://www.english.ufl.edu/

A posição de que não há verdadeiramente conflito entre determinismo e livre-arbítrio — que o livre-arbítrio e o determinismo são compatíveis — é conhecida como compatibilismo.
O compatibilismo foi defendido por alguns filósofos antigos e talvez também por Aristóteles, segundo alguns investigadores, mas popularizou-se durante o século XVII. Filósofos influentes da idade moderna como Thomas Hobbes, John Locke, David Hume e John Stuart Mill foram compatibilistas. Encaravam o compatibilismo como a via de reconciliação entre a experiência vulgar da liberdade e a visão científica do universo e dos seres humanos. O compatibilismo continua popular entre os filósofos e cientistas actuais por razões parecidas. Se os compatibilistas estão certos, podemos ser livres e determinados, e não precisamos de nos preocupar com a possibilidade de a ciência futura vir a destruir a nossa convicção comum de que somos agentes livres e responsáveis.

Assim, compatibilismo ou determinismo moderado, aceita o determinismo no mundo natural, mas defende que existe um espaço para a liberdade e para a responsabilidades humanas. Mesmo que as nossas acções sejam causadas, podemos sempre agir de outro modo, se assim o escolhermos. Isto é suficiente para podermos ser responsabilizados e/ou culpabilizados por uma acção inaceitável. Nesta perspectiva, considera-se , por exemplo, que quando uma pessoa decide levantar o braço para acenar a alguém conhecido, esse levantar do braço é totalmente determinado por causas neurofisiológicas; ou seja, existem causas e mecanismos nervosos que determinam o levantar do braço. Todavia, o indivíduo não foi forçado a levantá-lo, isto é, era também possível não levantar o braço.

A Liberdade em Sartre

Foto retirada de http://www-1.unipv.it/deontica/Gallpics/classici/Sartre.jpg


Quando falamos em que a existência precede a essência falamos essencialmente do existencialismo, pois este afirma o primado da existência sobre a essência, segundo a célebre definição do filósofo francês Jean-Paul Sartre: "A existência precede e governa a essência." Essa definição funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu ser seja pré-definido. Durante a existência, à medida que experimenta-se novas vivências redefine-se o próprio pensamento (a sede intelectual, tida como a alma para os clássicos), adquirindo-se novos conhecimentos a respeito da própria essência, caracterizando-a sucessivamente. Esta característica do ser é fruto da liberdade de eleição.
É evidente que a liberdade não se refere tanto aos actos e às volições particulares como ao projecto fundamental em que eles se encontram compreendidos, o qual constitui a possibilidade última da realidade humana, a sua escolha originária. O projecto fundamental deixa sem dúvida uma certa margem de contingência às volições e aos actos particulares, mas a liberdade originária é aquela que é inerente à escolha do próprio projecto. E é uma liberdade incondicionada. A modificação do projecto inicial é a todo momento possível. A angústia que, quando revelada, manifesta à nossa consciência a nossa liberdade, testemunha a modificabilidade perpétua do nosso projecto inicial.
Para Sartre a vida da é desprovida de sentido; nenhum objectivo consegue mais orientá-lo; ele existe como uma coisa, como todas as coisas que emergem, na experiência da náusea, na sua gratuidade e no seu absurdo: um sujeito sem sentido vê que não há sentido em todas as coisas e passam a faltar instruções para o seu uso. Tudo é gratuito, e quando acontece de nos darmos conta disso, revolta-nos o estômago e tudo se põe a flutuar, eis a Náusea.
Se a experiência da náusea revela a gratuidade das coisas e do homem reduzido a coisa e submerso nas coisas, a análise desenvolvida em O Ser e o Nada revela, antes de mais nada, que a consciência é em primeiro lugar consciência de alguma coisa e de qualquer coisa que não é consciência. Sartre chama a este qualquer coisa de ser-em-si. O ser-em-si só pode descrever-se analiticamente como "o ser que é aquilo que é " expressão que torna clara a sua opacidade, o seu carácter maciço e estático devido ao qual não é nem possível nem necessário, é simplesmente. Relativamente ao ser-em -si a consciência é o ser-para-si, isto é, presença a si mesma. A presença a si mesma implica sua cisão, uma separação interior no ser da consciência. Uma crença, por exemplo, é como tal, sempre consciência da crença; mas, para a atingir como crença, é preciso de qualquer modo fixá-la como crença, separá-la da consciência, a que é presente. Separá-la através do Nada. Nada existe e pode existir a separar o sujeito de si mesmo. A distância ideal, o lapso de tempo, a diferença psicológica implicam certamente, como tais, elementos de positividade; mas a sua função é sempre negativa. O nada que surge no coração da consciência não é, mas sim foi. A consciência está no mundo, no ser-em-si, mas é radicalmente diferente do mundo, não está ligada ao mundo. A consciência, que vem a ser a existência, isto é, o homem, é portanto, absolutamente livre. O ser-em-si é o ser que é o que é; a consciência não é objecto. O ser pleno e completo; a consciência é vazia de ser, é possibilidade, e a possibilidade não é realidade. A consciência é liberdade.
A liberdade, segundo Sartre, é a possibilidade permanente daquela ruptura ou nulificação do mundo que é a própria estrutura da existência. "Eu estou condenado, a existir para sempre para além da minha essência, para além dos móbiles ou moventes e dos motivos do meu ato: eu estou condenado a ser livre. " Isto significa que não se pode encontrar para a minha liberdade outros limites além da própria liberdade: ou, se se preferir, que não somos livres de deixar de ser livres. A liberdade não é o arbítrio ou o capricho momentâneo do indivíduo: radica na mais íntima estrutura da existência, é a própria existência. Um existente que, como consciência, está necessariamente separado de todos os outros, já que esses se encontram em relação com ele apenas na medida em que existem para ele, um existente que decide do seu passado, sob forma de tradição, à luz do seu futuro, em vez de deixá-lo pura e simplesmente determinar o seu presente, um existente que se perspectiva através de algo distinto de si, isto é, de um fim que não é e que ele projecta no outro lado do mundo, eis aquilo a que chamamos um existente livre. Nós estamos perpetuamente ameaçados de nulificação da nossa escolha actual, perpetuamente ameaçados de escolhermos ser, e portanto tornarmo-nos, diferentes do que somos. A nossa escolha é frágil pelo simples facto de ser absoluta: assentando sobre a escolha a nossa liberdade, colocamos simultaneamente a sua perpétua possibilidade de tornar-se um aquém ultrapassado pelo além que eu serei. Certamente, a liberdade do projecto inicial não é a possibilidade de fugir ao mundo e anular o próprio mundo. Se a liberdade significa fugir ao dado ou ao facto, ela é o facto de o fugir ao facto. A liberdade permanece nos limites da factualidade, isto é, do mundo. Mas esta factualidade é indeterminada: a liberdade põe o mundo em ser com a sua escolha. Por isso o homem é responsável pelo mundo e por si mesmo enquanto maneira de ser. Tudo o que acontece no mundo reporta-se à liberdade e à responsabilidade da escolha originária; por isso, nada daquilo que acontece ao homem pode ser dito inumano. As mais atrozes situações da guerra, as piores torturas não criam de facto um estado de coisas inumano. Não existe aí uma situação inumana: somente pelo medo, pela fuga ou pelo recurso a comportamento mágicos, decidiremos sobre aquilo que é inumano; mas esta decisão é humana e dela terei inteira responsabilidade. Sou eu que decido sobre a adversidade das coisas e até da sua imprevisibilidade decidindo de mim própria. Não existem casos acidentais: um acontecimento social que ocorre subitamente e me arrasta não é exterior a mim; se sou mobilizada para uma greve, esta é a minha greve, a minha própria imagem, e eu mereço-a. Mereço-a por que a escolhi, trata-se sempre de uma escolha.
É o homem, que se escolhe: a sua liberdade é incondicional e ele pode mudar seu projecto original ou inicial a qualquer momento. E, assim como a náusea constitui aquela experiência metafísica que revela a gratuidade e o absurdo das coisas, da mesma forma a angústia, como já dissemos, é a experiência metafísica do nada, isto é, da liberdade incondicional. Com efeito, o homem e só o homem é o ser para o qual todos os valores existem.
As coisas do mundo são gratuitas e um valor não é superior a outro. As coisas são desprovidas de sentido e fundamento e as acções dos homens são desprovidas de valor. Em suma, a vida é uma aventura absurda, onde o homem se projecta continuamente além de si mesmo, como para tornar-se deus. Escreve Sartre: "o homem é o ser que projecta ser Deus, mas, na realidade, ele se mostra como aquilo que é, uma paixão inútil " .O homem é fundamentalmente desejo de ser Deus. Deus não é senão este desejo mal sucedido. O ser-em-si do mundo e o ser-para-si da consciência se encontram num estado de perpétua ruptura com relação a uma síntese ideal que jamais existiu, mas que é sempre indicada, embora sempre impossível.
A liberdade consiste na escolha do próprio ser. E essa escolha é absurda. Assim o existencialismo sartreano afirmava a realidade dos homens, através da consciência como liberdade.

Impossibilidade da responsabilidade moral



O filósofo Galen Strawson argumenta contra a possibilidade da responsabilidade moral da seguinte maneira:
Nenhum indivíduo pode ser causa de si mesmo.
Para ser verdadeiramente responsável pelas suas próprias acções, o indivíduo teria que ser causa de si mesmo ao menos em certos aspectos mentais cruciais.
Logo nenhum indivíduo pode ser moralmente responsável.
O raciocínio de G. Strawson vai na seguinte direcção. Ao menos algumas acções de um indivíduo moralmente responsável devem ser livres, isto é, devem ser acções que o individuo pode escolher se realiza ou não. Tais acções livres devem ser racionais, isto é, realizadas por certas razões, mesmo que não seja por boas razões. Ora, quando alguém age segundo razões, o faz por causa das próprias disposições mentais. Assim, se o indivíduo pode de fato optar por realizar uma acção, então ele pode optar por estar em um estado mental (fruto de uma disposição mental) ou não. Mas para optar por estar em certo estado mental, o indivíduo deve ter escolhido estar em tal estado mental por alguma razão distinta da primeira razão. Todavia, para isso essa segunda razão deve ser fruto de escolha livre, por uma terceira razão, e assim vai, ao infinito. Em resumo, o indivíduo precisaria realizar uma série infinita de escolhas livres para estar livremente em certo estado mental. Se realizasse tal regressão ao infinito, o indivíduo seria causa sui, causa de si mesmo. Mas isso é impossível. Logo, a responsabilidade moral é impossível.

Argumento da falta de escolha
Digamos que o indivíduo realiza uma acção (A) por alguma razão (R). A partir desses elementos podemos formular uma argumento que ilustra a falta de liberdade de escolha do indivíduo na realização da acção:
A razão (R) para fazer a acção (A) se apresenta ao indivíduo, e ele não tem escolha quanto a tal apresentação.
Se a razão (R) para fazer (A) se apresentou ao indivíduo, e ele não tem escolha quanto à apresentação de (R), então ele faz a acção (A).
Logo, (A) ocorre, e o indivíduo não tem escolha quanto à ocorrência de (A).
Alguns libertistas rejeitam a premissa (2), alegando que o indivíduo tem escolha para realizar ou não (A), quando (R) se apresenta. Mas não explicam como isso ocorre. Suas explicações são obscuras, pois apelam ao mistério do livre-arbítrio, e por isso pouco cabíveis em filosofia.
Explicações libertistas mais detalhadas dizem que, ante (R), o indivíduo pode ou não realizar (A) porque está em seu poder tomar ou não (R) em consideração. Tendo tal poder, o indivíduo não é causalmente determinado a realizar (A). O problema de tal explicação é que ela transforma a realização de uma acção a partir de uma razão uma questão de sorte, e, sendo assim, não há como falarmos em responsabilidade moral, pois a sorte não é um fundamento apropriado para a mesma. O indivíduo precisa ter um controle sobre suas acções mais adequado, caso queiramos considerá-lo moralmente responsável pelos seus actos.

(Retirado da Wikipédia)

Resumo da Liberdade, Responsabilidade, Determinismo

Imagem retirada de http://img.photobucket.com/albums/v642/Seven2005/diversos8/liberdade640.jpg

Consulta antes os apontamentos dados pelo professor acerca das Condicionantes da acção Humana.
A grandeza do homem está naquilo que o homem pode chegar com a sua liberdade e actuação, partindo das suas limitações, quer sejam elas físicas ou não.

Podemos considerar a liberdade como a capacidade que o homem tem de tomar as suas decisões de forma racional acerca dos actos que quer praticar e ser capaz de executá-los de forma autónoma sem obedecer a qualque coacção exterior.

Nós, enquanto seres humanos somos livres na realidade; podemos não poder escolher o ano, o século, a sociedade ou a cultura em que vivemos, mas podemos a partir do que nos é dado, construirmo-nos a nós próprios, determinar a nossa personalidade, fazer as nossas escolhas e opções.

As opções que fazemos em função dos valores que possuímos e que julgamos mais importantes vão moldando a nossa personalidade, de forma que aquilo que somos vai dependendo das escolhas que fazemos.

Por outro lado, o homem dispõe de diversas possibilidades de acção que vão atestando o seu exercício de liberdade.

Cada ser humano dispõe de várias hipóteses para pode exercer a sua autonomia.

Determinismo, Liberdade e Responsabilidade



Quando falamos na acção humana, existe uma questão que nos colocamos: será que as nossas acções já se encontram "pré-determinadas" ou nós somos totalmente autónomos e livres nos nossos actos?

A nível filosófico, encontrámos duas posições opostas: uma que defende que a vida humana e as suas acções como algo já determinado; outra, que diz que o homem é totalmente livre nas suas atitudes.

Para a primeira posição, a determinista, o homem não é livre visto existirem diversos factores que determinam a sua conduta, a sua forma de ser e estar no mundo. Segundo esta perspectiva, o homem é apenas uma marioneta no teatro da vida que é manupulado segundo as determinações de forças exteriores que podem ser físicas, biológicas, psicológicas, sociológicas a até religiosas. Neste sentido, fala-se num destino, na sorte do ser humano, em que não tem vontade própria, não sendo assim dono e autor dos seus actos. Ora, segundo esta teses, se o homem não é o verdadeiro autor dos seus actos, logo não é responsável pelos mesmos.

Para a segunda opção, a que defende a liberdade da acção humana existem diversas teses. Ao falarmos de liberdade, a primeira ideia que nos ocorre é que a "pessoa livre" é aquela que não tem qualquer constrangimentos, faz aquilo que quer e lhe apetece sem prestar contas a ninguém. Neste sentido, a pessoa não é livre, é "libertina". Como numa sociedade em que os seus elementos façam aquilo que querem é uma sociedade sem regras, sem princípios. Como nos diz Sartre," a minha liberdade termina quando a do outro se inicia (...)", isto é, nós, enquanto seres humanos, apesar de sermos condicionados na nossa acção por diversos factores, quer sejam de ordem biológica ou social; temos sempre a possibilidade de escolha, podemos optar entre duas coisas, dois caminhos. É neste factor que se assenta o "livre arbítrio" ou a vontade livre, o homem tem e pode escolher, pode praticar os actos ou uma acção voluntariamente, tendo porém a consciência que está inserido numa sociedade que tem regras e há que cumpri-las no perímetro da sua liberdade. Por outro lado, nós somos livres na medida em que a nossa liberdade de acção não põe em causa a liberdade, os princípios básicos da convivência com os outros homens. A liberdade assenta também no respeito mútuo.

Outro conceito que está interligado ou relacionado com a questão da liberdade é a responsabilidade. Só uma pessoa que é livre é que pode ser responsável pelos seus actos. Ou seja, se eu ajo livremente, pondero a minha acção voluntariamente medindo os prós e os contra ... eu sou responsável, acarreto as consequências da decisão que tomei.

Mas, se por outro lado, sou coagida por alguém ou por forças exteriores a praticar uma cção menos boa, será que sou responsável?

É óbvio que podemos afirmar que apesar de estarmos, por exemplo, sob ameaça de morte podemos não executar essas acção pois somos livres de o fazer ou não.Mas quando falámos de integridade física de alguém ou do valor da vida, é sempre complicado.

Podemos também questionar se uma pessoa sofre de problemas psíquicos ou psiquiátricos é livre ou não nas suas acções.

Esta é uma questão controversa e cabe a nós encontrarmos a nossa resposta.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Determinismo, liberdade



A acção considerada correcta costuma ser considerada como o resultado da escolha do certo em detrimento do errado. A possibilidade de tal escolha costuma ser tratada como a condição para a responsabilização do agente. É porque está aberto a uma ou outra escolha/acção que o indivíduo é considerado responsável pelo que escolhe ou faz.
Levando em conta as disposições de um indivíduo a raciocinar, seu conjunto de crenças e suas acções, sua abertura pode ser caracterizada da seguinte maneira:
Dadas suas crenças actuais, ele poderia ter agido de outra forma.
Dadas suas disposições cognitivas actuais, ele poderia ter formado outro conjunto de crenças;
Dadas suas disposições cognitivas actuais, ele poderia ter raciocinado de outra forma;
Ele poderia estar disposto a raciocinar de maneira diferente da actual.
De acordo com o indivíduo é moralmente responsável porque suas acções não são determinadas pelas suas crenças actuais. Dado seu conjunto actual de crenças, ele ainda assim está aberto a mais de uma linha de acção. De acordo com o indivíduo é moralmente responsável por suas crenças porque dadas suas disposições cognitivas actuais, ainda assim ele está aberto a formar outro conjunto de crenças. De acordo com o indivíduo é moralmente responsável por seus raciocínios, pois dadas suas disposições cognitivas actuais ele ainda está aberto a outros raciocínios. De acordo com ,o indivíduo está aberto a outra disposição cognitiva distinta da sua disposição actual.

(Retirado da WIKIPÉDIA)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Responsabilidade humana

Imagem retirada da net


A acção considerada correta costuma ser considerada como o resultado da escolha do certo em detrimento do errado. A possibilidade de tal escolha costuma ser tratada como a condição para a responsabilização do agente. É porque está aberto a uma ou outra escolha/acção que o indivíduo é considerado responsável pelo que escolhe ou faz.
Levando em conta as disposições de um indivíduo a raciocinar, seu conjunto de crenças e suas acções, sua abertura pode ser caracterizada da seguinte maneira:
Dadas suas crenças actuais, ele poderia ter agido de outra forma.
Dadas suas disposições cognitivas actuais, ele poderia ter formado outro conjunto de crenças;
Dadas suas disposições cognitivas actuais, ele poderia ter raciocinado de outra forma;
Ele poderia estar disposto a raciocinar de maneira diferente da actual.
De acordo com o indivíduo é moralmente responsável porque suas acções não são determinadas pelas suas crenças actuais. Dado seu conjunto actual de crenças, ele ainda assim está aberto a mais de uma linha de acção. De acordo com o indivíduo é moralmente responsável por suas crenças porque dadas suas disposições cognitivas actuais, ainda assim ele está aberto a formar outro conjunto de crenças. De acordo com o indivíduo é moralmente responsável por seus raciocínios, pois dadas suas disposições cognitivas actuais ele ainda está aberto a outros raciocínios. De acordo com ,o indivíduo está aberto a outra disposição cognitiva distinta da sua disposição actual.

Libertismo


De acordo com o libertismo, os indivíduos escolhem, agem e são moralmente responsáveis pelas suas escolhas e acções, sendo a escolha, a acção e a responsabilidade moral do indivíduo incompatíveis com o determinismo.
O libertismo define a liberdade de acção negativamente: o indivíduo age livremente se não é causalmente determinado a realizar a acção. "Não ser causalmente determinado" significa que, dado o mesmo passado, o indivíduo poderia ter agido diferentemente no presente.
O libertismo faz exigências mais fortes do que o compatibilismo. Para o compatibilismo basta que o indivíduo possa escolher ou fazer A para ser considerado livre. Isto é, se o indivíduo tem controle singular sobre sua escolha ou acção, então é livre. Para o libertismo, o indivíduo precisa ter controle singular e controle dual, isto é, é preciso que ele possa escolher ou fazer A e possa evitar escolher ou fazer A.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Liberdade

Imagem retirada da net


Em filosofia, liberdade designa de uma maneira negativa, a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do ser humano. De maneira positiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Isto é, ela qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.


Leibniz considerou a liberdade de indiferença impossível. Descartes a considerou o grau mais baixo da liberdade (ver as Meditações sobre filosofia primeira, "Quarta Meditação").
Descartes viu a liberdade como espontaneidade. Uma causa espontânea é uma causa não motivada por algo exterior e sim uma própria decisão sua, apesar de depender de algo como, dinheiro ou bens materiais, sua decisão o torna livre. Ver:
Para Descartes, age com mais liberdade quem melhor compreende as alternativas em escolha. Quanto mais claramente uma alternativa apareça como a verdadeira, mais facilmente se escolhe essa alternativa.
Pessoas ignorantes realizam escolhas indiferentemente e por isso são menos livres do que as pessoas esclarecidas.

Para Kant, ser livre é ser autónomo, isto, é dar a si mesmo as regras a serem seguidas racionalmente. Todos entendem, mas nenhum homem sabe explicar.
Uma das obras realizadas por Kant é a Crítica da Razão Pura. Nesta, o estudo do fato da razão torna-se pertinente, pois discorre sobre a liberdade nesse contexto. O fato da razão citado por Kant é a consciência do indivíduo sobre as leis morais vigentes (REALE, 1990, p.914). Mas esse fato da razão só pode ser admitido com a existência da liberdade, esta liberdade só é admitida com uma intuição intelectual, ou seja, conhecimento. Kant explica aqui que ter consciência das leis morais vigentes não é apenas por vias de intuição, ou conhecimento, puro nem intuitivo, essa consciência, ou fato da razão depende da intuição intelectual, para que se possa ver a liberdade como positiva. Kant chama esse aspecto positivo de autonomia. A liberdade que o homem deve aproveitar, em Kant, diz respeito à vontade. Essa vontade não deve ser bloqueada por nenhum tipo de heteronomia. O livre arbítrio deve ser utilizado de forma pura para que não dependa de nada com relação à lei. Portanto a pessoa dotada de liberdade, ou seja, sem intervenções de outrem, pode fazer uso desta, porém o fará com maior clareza se seu conhecimento e consciência de sua liberdade existir.

Para Spinoza, ser livre é fazer o que segue necessariamente da natureza do agente.
A liberdade suscita ao homem o poder de se exprimir como tal, e obviamente na sua totalidade. Esta é também, a meta dos seus esforços, a sua própria realização.
Apesar de muitas vezes associarmos o conceito de liberdade à decisão e determinação constante, esta não será bem assim, já que a nossa vida é condicionada a cada ousadia e passo. A deliberação, está então conduzida pelo envolvente humano, no qual se inserem as leis físicas e químicas, biológicas e psicológicas. Caso contrário passa a chamar-se libertinagem. Associada à liberdade, está também a noção de responsabilidade, já que o acto de ser livre implica assumir o conjunto dos nossos actos e saber responder por eles.
No geral, ser livre é ter capacidade para agir, com a intervenção da vontade.

Para Leibniz, o agir humano é livre a despeito do princípio de causalidade que rege os objectos do mundo material.
A acção humana é contingente, espontânea e reflectida. Ou seja, ela é tal que poderia ser de outra forma (nunca é necessária) e por isso, contingente. É espontânea porque sempre parte do sujeito agente que, mesmo determinado, é responsável por causar ou não uma nova série de eventos dentro da teia causal. É reflectida porque o homem pode conhecer os motivos pelos quais age no mundo e, uma vez conhecendo-os, lidar com eles de maneira livre.

Para Schopenhauer, a acção humana não é, absolutamente, livre. Todo o agir humano, bem como todos os fenómenos da natureza, até mesmo suas leis, são níveis de objectivação da coisa-em-si kantiana que o filósofo identifica como sendo puramente Vontade.
Para Schopenhauer, o homem é capaz de cessar sua realidade por um duplo registo: o primeiro, o do fenómeno, onde todo o existente reduz-se, nesse nível, a mera representação. No nível essencial, que não deixa-se apreender pela intuição intelectual, pela experiência dos sentidos, o mundo é apreendido imediatamente como vontade, Vontade de Vida. Nesse caso, a noção de vontade assume um aspecto amplo e aberto, transformando-se no princípio motor dos eventos que sucedem-se na dimensão fenoménica segundo a lei da causalidade.
O homem, objecto entre objectos, coisa entre coisas, não possui liberdade de acção porque não é livre para deliberar sobre sua vontade. O homem não escolhe o que deseja, o que quer. Logo, não é livre - é absolutamente determinado a agir segundo sua vontade particular, objectivação da vontade metafísica por trás de todos os eventos naturais. O que parece deliberação é uma ilusão ocasionada pela mera consciência sobre os próprios desejos.

Para Jean-Paul Sartre, a liberdade é a condição ontológica do ser humano. O homem é, antes de tudo, livre. O homem é livre mesmo de uma essência particular, como não o são os objectos do mundo, as coisas. Livre a um ponto tal que pode ser considerado a brecha por onde o Nada encontra seu espaço na ontologia. O homem é nada antes de definir-se como algo, e é absolutamente livre para definir-se, engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo.
A liberdade humana revela-se na angústia. O homem angustia-se diante de sua condenação à liberdade. O homem só não é livre para não ser livre, está condenado a fazer escolhas e a responsabilidade de suas escolhas é tão opressiva, que surgem escapatórias através das atitudes e paradigmas de má-fé, onde o homem aliena-se de sua própria liberdade, mentindo para si mesmo através de condutas e ideologias que o isentem da responsabilidade sobre as próprias decisões.

Em ética a liberdade costuma ser considerada um pressuposto para a responsabilidade do agente, para o desenvolvimento de seu ambiente, de suas estruturas para conseguir, no final, satisfação para o meio.

Visões filosóficas do livre-arbítrio

Retirado da net


Há várias visões sobre a existência da "liberdade metafísica", isto é, se as pessoas têm o poder de escolher entre alternativas genuínas.


Determinismo é a doutrina que afirma serem todos os acontecimentos, inclusive vontades e escolhas humanas, causados por acontecimentos anteriores, ou seja, o homem é fruto directo do meio, logo, destituído de liberdade de decidir e de influir nos fenómenos em que toma parte. O determinismo rejeita a ideia que os homens têm algum livre-arbítrio.
Em oposição ao determinismo encontramos o libertarianismo, posição que defende que os indivíduos têm livre-arbítrio pleno e, por isso, rejeita o determinismo. Indeterminismo é uma forma de libertarianismo que defende a visão que as pessoas têm livre-arbítrio, e que acções apoiadas no livre-arbítrio são efeitos sem causas. Mas há os que crêem que ao invés da volição ser um efeito sem causa, defendem que o livre arbítrio e a acção do agente sempre produz o evento. Esse último conceito é mais usado em economia. (agency theory)
Entre os libertários encontramos Thomas Reid, Peter van Inwagen e Robert Kane.
É bom notar que o libertarianismo, a teoria metafísica da qual falamos acima, é algo distinto do libertarismo discutido em filosofia política, ciência política e economia. Em inglês as duas coisas são denominadas com o mesmo nome, libertarianismo, e isso pode ser fonte de confusões. É por isso que alguns autores de língua inglesa utilizam a palavra voluntarism (voluntarismo) para falar do libertarianismo.
Compatibilismo é a visão que o livre-arbítrio emerge mesmo em um universo sem incerteza metafísica. Compatibilistas podem definir o livre-arbítrio como emergindo de uma causa interior, por exemplo os pensamentos, as crenças e os desejos. Seria resumidamente o livre-arbítrio que respeita as acções, ou pressões, internas e externas. A filosofia que aceita tanto o determinismo quanto a liberdade de escolhas é chamada de “soft determinism”, expressão cunhada por William James para designar o que hoje chamamos de livre-arbítrio compatibilista.
Incompatibilismo é a visão que não há maneira de reconciliar a crença em um universo determinístico com um livre-arbítrio verdadeiro.
Entre os compatibilistas encontramos Thomas Hobbes e David Hume.

Determinismo versus indeterminismo
O determinismo defende que cada estado de coisas é inteiramente necessitado e por conseguinte determinado pelos estados de coisas que o precedem. O indeterminismo defende que essa posição é incorrecta, isto é, há eventos os quais não são inteiramente determinados pelos estados de coisas precedentes. O determinismo filosófico algumas vezes é ilustrado pelo experimento mental do demónio de Laplace, o qual conhece todos os fatos sobre o passado e o presente e todas as leis naturais que governam o mundo, e usa esse conhecimento para prever o futuro até o menor detalhe. Todavia, a posição de Laplace já não representa o ponto de vista científico actual sobre o assunto. http://map9809658.kuchadorov.info/ O incompatibilismo defende que o determinismo não pode ser reconciliado com o livre-arbítrio. Geralmente os incompatibilistas/libertinos alegam que uma pessoa age livremente apenas se são a única causa originadora da acção. Estes admitem a antecedência de causas que precedem as acções, mas diferente dos incompatibilistas/deterministas eles dirão que estas causas, apesar de necessárias não são suficientes, guardando lugar assim, para a ideia de que o agente, em última instância, é o causador da acção, (aquele que causa sem causar), e genuinamente poderia ter feito outra coisa. Eles mantêm que se o determinismo é verdadeiro, então cada escolha é determinada por eventos anteriores.
Há uma visão intermediária, na qual o passado condiciona, mas não determina, as acções. As escolhas individuais são um resultado entre vários resultados possíveis, cada um dos quais é influenciado mas não determinado pelo passado. Mesmo se o agente exerce a vontade livremente, na escolha entre opções disponíveis, ele não é a única causa originadora da acção, pois ninguém pode desempenhar acções impossíveis, tipo voar batendo os braços. Aplicada aos estados interiores, essa visão sugere que se pode escolher opções nas quais se pensa, mas não se pode escolher uma opção da qual não se tem ideia. Nessa visão escolhas presentes podem abrir, determinar ou limitar escolhas futuras.
Spinoza compara a crença humana no livre-arbítrio a uma pedra pensando que escolhe o caminho que percorre enquanto cruza o ar até o local onde cai. Ele diz: "as decisões da mente são apenas desejos, os quais variam de acordo com várias disposições"; "não há na mente vontade livre ou absoluta, mas a mente é determinada a querer isto ou aquilo por uma causa que é determinada por sua vez por outra causa, e essa por outra e assim ao infinito"; "os homens se consideram livres porque estão cônscios das suas volições e desejos, mas são ignorantes das causas pelas quais são conduzidos a querer e desejar" (respectivamente Spinoza, Ética, livro 3, escólio da proposição 2; livro 2, proposição 48; apêndice do livro 1).
Schopenhauer, concorrendo com Spinoza, escreve: "cada um acredita de si mesmo a priori que é perfeitamente livre, mesmo em suas acções individuais, e pensa que a cada momento pode começar outra maneira de viver [...]. Mas a posteriori, através da experiência, ele descobre, para seu espanto, que não é livre, mas sujeito à necessidade, que apesar de todas as suas resoluções e reflexões ele não muda sua conduta, e que do início ao fim da sua vida ele deve conduzir o mesmo carácter o qual ele mesmo condena."
Há filósofos que consideram a expressão "livre-arbítrio" absurda. Hobbes diz que se esse é um poder definido pela vontade, então não é livre, nem não-livre. É um erro categorial atribuir liberdade à vontade. Locke defende a mesma posição:
Se a vontade do homem é livre ou não? A questão ela mesma é imprópria; e é tão insignificante perguntar se a vontade do homem é livre quanto perguntar se seu sono é veloz, ou sua virtude quadrada: a liberdade sendo tão pouco aplicável à vontade, quanto a velocidade do movimento ao seu sono, ou a quadratura à virtude. Todo o mundo deve rir da absurdidade de uma questão tão peculiar quanto essa: porque é óbvio que as modificações do movimento não pertencem ao sono, nem a diferença de figura à virtude; e quando se considera isso bem, penso que se percebe que a liberdade, a qual é apenas um poder, pertence apenas aos agentes, e não pode ser um atributo ou modificação da vontade, a qual também é apenas um poder. (Ensaio acerca do Entendimento Humano, livro 2, capítulo 21, parágrafo 14)
Também se pergunta se um ato causado pode ser livre ou se algum ato não-causado pode ser desejado, tornando o livre-arbítrio um oxímoro. Alguns compatibilistas argumentam que essa alegada falta de fundamentação para o conceito de livre-arbítrio é ao menos parcialmente responsável pela percepção de uma contradição entre determinismo e liberdade. Além disso, de um ponto de vista compatibilista o uso de "livre-arbítrio" em sentido incompatibilista pode ser visto como uso da linguagem exageradamente carregado de conotações emocionais.

Responsabilidade moral
Normalmente a sociedade considera as pessoas responsáveis pelas suas acções. Normalmente as pessoas são elogiadas ou reprovadas pelas suas acções. Contudo, muitos acreditam que a responsabilidade moral requer livre-arbítrio, isto é, a capacidade de agir de outro modo. Assim, outra questão importante é se os indivíduos sempre são moralmente responsáveis, e, se sim, em que sentido.
Incompatibilistas tendem a pensar que o determinismo não combina com a responsabilidade moral. Afinal de contas, parece impossível que se possa considerar alguém responsável por uma acção que poderia ser prevista desde o início dos tempos. Deterministas duros dizem: "Tanto pior para a responsabilidade moral!", e descartam o conceito. Conversamente, libertaristas dizem: "Tanto pior para o determinismo!" A questão está no centro do debate entre deterministas duros e compatibilistas. Deterministas duros são forçados a aceitar que os indivíduos frequentemente têm "livre-arbítrio" no sentido compatibilista, mas eles negam que esse sentido fundamente a responsabilidade moral. Eles alegam que o fato das escolhas de um agente não serem coagidas não muda o fato que o determinismo priva o agente de responsabilidade.
Os compatibilistas frequentemente argumentam que, ao contrário, o determinismo é um pré-requisito da responsabilidade moral. A sociedade não pode considerar alguém responsável a não ser que suas acções sejam determinadas por alguma coisa. Esse argumento é apresentado por Hume e foi usado pelo anarquista William Godwin. Afinal de contas, se o indeterminismo é verdadeiro, então aqueles eventos que não são determinados são aleatórios. Questiona-se se é possível que se elogie ou reprove alguém por desempenhar uma acção que meramente pipocou no seu sistema nervoso. Ao invés disso, os compatibilistas argumentam, é preciso mostrar como a acção deriva dos desejos e preferências da pessoa, do carácter da pessoa, antes de começar a considerar a pessoa responsável. Às vezes os libertistas que acções indeterminadas não são totalmente aleatórias, e que elas resultam de uma vontade substantiva cujas decisões são indeterminadas. Esse argumento é amplamente considerado insatisfatório, pois apenas empurra o problema um passa adiante, além de envolver certa metafísica misteriosa e a noção que no nada nada vem (ex nihilo nihil fit).
Paulo de Tarso, na "Epístola aos Romanos" 9:21, põe a questão da responsabilidade moral da seguinte maneira: "Porventura não é o oleiro senhor do barro para poder fazer da mesma massa um vaso para uso honroso e outro para uso vil?" Nessa visão os indivíduos podem ser desonrados pelos seus actos mesmo embora esses actos sejam, no final das contas, completamente determinados por Deus.
Uma visão similar defende que a culpabilidade moral do indivíduo repousa no seu carácter. Isto é, uma pessoa que tem o carácter de um assassino não tem outra escolha senão assassinar, mas ainda assim pode ser punida porque é certo punir aqueles que tem um mau carácter.
Algumas interpretações da responsabilidade moral também assumem que uma pessoa é um ser do nascimento à morte, apesar de mudanças físicas e mentais. Assim um idoso pode ser punido por um crime cometido muitos anos antes.

Retirado da Wikipédia

Livre Arbítrio

Imagem retirada de http://www.arcoartis.com/VictorLages


Livre-arbítrio (ou livre-alvedrio) é a crença ou doutrina filosófica que defende que a pessoa tem o poder de escolher suas acções. (O conceito foi estendido em certas ocasiões a animais e computadores com inteligência artificial.) Tal crença foi defendida como importante para o julgamento moral por diversas autoridades religiosas e criticada por filósofos como Spinoza e Marx.
A expressão costuma ter conotações objectivistas e subjectivistas. No primeiro caso indicam que a realização de uma acção por um agente não é completamente condicionada por factores antecedentes. No segundo caso indicam a percepção que o agente tem que sua acção originou-se na sua vontade. Tal percepção é chamada algumas vezes de "experiência da liberdade".
A existência do livre-arbítrio tem sido uma questão central na história da filosofia e na história da ciência. O conceito de livre-arbítrio tem implicações religiosas, morais, psicológicas e científicas. Por exemplo, no domínio religioso o livre-arbítrio pode implicar que uma divindade omnipotente não imponha seu poder sobre a vontade e as escolhas individuais. Em ética, o livre-arbítrio pode implicar que os indivíduos possam ser considerados moralmente responsáveis pelas suas acções. Em psicologia, ele implica que a mente controla certas acções do corpo.

Determinismo

Determinismo é a doutrina que afirma serem todos os acontecimentos, inclusive vontades e escolhas humanas, causados por acontecimentos anteriores, ou seja, o homem é fruto directo do meio, logo, destituído de liberdade total de decidir e de influir nos fenómenos em que toma parte, existe liberdade , mas esta liberdade condicionada a natureza do evento em um determinado instante.
O indivíduo faz exactamente aquilo que tinha de fazer e não poderia fazer outra coisa; a determinação de seus actos pertence à força de certas causas, externas e internas. É a principal base do conhecimento científico da Natureza, porque afirma a existência de relações fixas e necessárias entre os seres e fenómenos naturais: o que acontece não poderia deixar de acontecer porque está ligado a causas anteriores. A chuva e o raio não surgem por acaso; a semente não germina sem razão, etc.; há sempre acontecimentos prévios que preparam outros: chove porque houve primeiro evaporação, depois resfriamento e condensação do vapor; e assim por diante. Os mundos físico e biológico são, pois, regidos pelo determinismo - no nível macroscópico. No nível mental também vigora o mesmo princípio pois os pensamentos têm uma causa, assim como as acções deles decorrentes; pensamentos e actos estão relacionados aos impulsos, traços de carácter e experiências que caracterizam a personalidade.
A doutrina oposta é a do livre-arbítrio, que declara a vontade humana livre para tomar decisões e determinar suas acções. Diante de várias opções oferecidas por uma situação real, o homem poderia escolher uma racionalmente e agir livremente de acordo com a escolha feita (ou não agir, se o quisesse). Exige, portanto, capacidade de discernir e liberdade interior. O animal e o selvagem vêem as coisas em função da sua utilidade imediata na satisfação de instintos e impulsos primários; um pedaço de carne desperta interesse havendo fome para acalmar e só para esse fim. O civilizado, porém, percebe as coisas sob múltiplos aspectos; a carne poderia servir para alimentar a criação, ser examinada ao microscópio, fabricar aminoácidos para a medicina usar, inspirar um drama ou poema, e assim por diante.
Para os que crêem no livre-arbítrio o ser humano, tem de tomar uma decisão sobre a escolha a fazer. Pode-se supô-lo livre para tanto, reconhecendo, contudo, que frequentemente a condição mental do sujeito impõe restrições ao livre-arbítrio: irreflexão (impulsividade), hábitos fixos, inércia, imitação, moda e outros. Todavia, essas limitações não chegam a causar a liberdade por completo, nem eliminam a responsabilidade dos actos. Por ter de dormir três horas todas as tardes ou beber, o homem sofrerá diminuição da liberdade de decisão e acção, mas é o dono desses hábitos e, daí, o responsável pelas consequências do que fizer.
Um exemplo de argumento utilizado por deterministas para refutar o ponto de vista favorável ao livre-arbítrio, frequentemente encontrado em comunidades de discussão sobre o tema, indica que a escolha é uma ilusão provocada graças a factores como a percepção, e a memória, estes também determinados pela genética, quando combinados com o cenário ou o ambiente. Neste caso, a escolha seria na realidade uma percepção de que a execução de uma acção no presente (ou de que a escolha no presente de um plano para o futuro), é um fenómeno da consciência, em que o ambiente desperta a atenção do indivíduo para uma mudança significativa no seu meio, que faz com que ocorra a "ilusão" de escolha.
O pensamento determinista questiona alguns dos pilares da cultura e do conhecimento da civilização ocidental expressos em variações como: o conceito de livre-arbítrio, presente na doutrina de religiões como o judaísmo e o cristianismo ou o conceito de liberdade, fundamental para justificar as bases do capitalismo, por exemplo.
Alguns deterministas entendem que a chamada "ilusão da escolha" sendo também determinada, não é passível de controle. Desta forma, mesmo um determinista convicto estaria condenado a ter em alguns momentos tal ilusão, ainda que a combata, pois esta será imposta por factores internos ou externos, como por exemplo, respectivamente fisiologia ou interacções com o ambiente.
O aspecto essencial da questão consiste em saber se o sujeito, ao praticar a acção, era livre ou não para praticá-la, se há liberdade de escolha diante de várias possibilidades oferecidas por uma situação - ou se ele só poderia ter feito precisamente o que fez.

Actos, acções e afins ...

Imagem retirada de http://www.theglobalart.com




"Uma mulher residente em Macau que suspeitava da infidelidade do marido suicidou-se vestida de vermelho. Não foi por desgosto que ela fez o que fez, nem se tratou de um acto desesperado e impensado. Tratou-se, sim, de uma estratégia para garantir que o seu fantasma virá agora perseguir o marido e transformar-lhe a vida num inferno."
In Jornal Público

1. Considera que a protagonista do texto, ou seja, a mulher vítima da infidelidade do marido, realizou uma acção humana?
2. Intenção, motivo e agente são três dos conceitos que de um modo fundamental caracterizam a acção humana. Defina-os.

Glossário

Imagem retirada da net


Causa é o último elemento na série de acontecimentos que precede o efeito, ou a série de acontecimentos que precedem o acontecimento tomada coletivamente.


Determinismo é a tese que a escolha e a ação humanas não são fruto do livre-arbítrio. O determinismo não é diretamente contrário ou incompatível com a liberdade, embora seja contrário ou incompatível com uma concepção de liberdade, o livre-arbítrio. O determinismo suave (soft determinism) aceita o determinismo e concebe a liberdade como voluntariedade. O determinismo duro (hard determinism) aceita o determinismo e concebe a liberdade como voluntariedade e originação.


Indeterminismo é a tese que a escolha e a ação humana não são efeitos de eventos cósmicos. O indeterminismo é considerado necessário para haver livre-arbítrio, mas não é condição suficiente.


Livre-arbítrio é um tipo de liberdade, e pode ser entendido como originação de um efeito independentemente de causas cósmicas anteriores ou como voluntariedade. Muitas vezes se entende "liberdade" como livre-arbítrio, e por isso se diz que a liberdade individual é incompatível com o determinismo. Livre-arbítrio envolve voluntariedade, isto é, ausência de constrangimento exterior e possível presença de compulsão ou constrangimento racional (concepção de liberdade esclarecida de Descartes).


Compatibilismo é a posição segundo a qual o determinismo cósmico é logicamente compatível com uma concepção de liberdade que dá conta satisfatoriamente do conceito de responsabilidade moral. O compatibilismo estrito não afirma a verdade do determinismo, apenas defende a compatibilidade do mesmo com a liberdade e a responsabilidade moral.


Incompatibilismo é a posição segundo a qual o determinismo cósmico é logicamente incompatível com uma concepção de liberdade que dá conta satisfatoriamente do conceito de responsabilidade moral. Há incompatibilistas deterministas, os que defendem a verdade do determinismo e a falsidade da liberdade, e os incompatibilistas libertistas, para os quais o determinismo é falso é a liberdade individual é verdadeira.

Acção livre?



"O homem habita no mundo: "Habitar" não é o mesmo que estar incluído no repertório de seres que existem no mundo, não é apenas estar"dentro" do mundo como um par de sapatos está dentro da sua caixa, nem sequer possuir um mundo biológico próprio como o morcego ou qualquer outro animal. Para nós os humanos, o mundo não é simplesmente entrecruzamento total dos efeitos e das causas mas a palestra cheia de significado em que actuamos. "Habitar" o mundo não é simplesmente "actuar" no mundo. E actuar no mundo não é estar apenas no mundo, nem movimentar-se pelo mundo, nem reagir aos estímulos do mundo. O morcego ou qualquer outro animal responde ao seu mundo de acordo com um programa genético próprio das necessidades evolutivas da sua espécie. Nós humanos, não respondemos apenas ao mundo que habitamos mas vamo-lo também inventando e transformando de uma maneira não prevista por qualquer pauta genética ( por isso as acções dos aborígenes australianos não são iguais às dos aztecas ou dos vikings). A nossa espécie não está "fechada" pelo determinismo biológico, mas permanece"aberta" e criando-se sem cessar a si própria, como referiu Pico della Mirandola. Quando falo de "criar" não me estou a referir a "tirar algo do nada", como um prestidigitador tira um coelho do chapéu aparentemente vazio ( digo "aparentemente" porque se trata de uma truque, um engano: ilusionismo), mas refiro-me a "actuar" no mundo e a partir das coisas do mundo...mas mudando em certa medida o mundo!
Nesta altura a questão importante é determinante o que é a acção e o que é agir. Um movimento corporal não é nem pouco mais ou menos o mesmo que uma acção: não é o mesmo "estar andar", que "ir dar um passeio". De maneira que as perguntas vitais a que a seguir temos que tentar responder são: que significa "agir"?O que é uma acção humana e como se diferencia de outros movimentos que outros seres fazem, bem como de outros gestos que os humanos também fazem? Não será uma ilusão ou um preconceito imaginar que somos capazes de verdadeiras acções e não de simples reacções diante do que nos rodeia, nos influencia e nos cosntitui?
Suponhamos que apanhei o comboio e paguei o meu respectivo bilhete. Durante o percurso vou distraído, pensando nas minhas coisas, sem me dar conta de que brinco com o pedacito do cartão, enrolo-o e desenrolo-o, até que finalmente o atiro descuidadamente pela janela aberta. Nessa altura aparece-me o cobrador e pede-me o bilhete: desespero e provavelmente a multa. Posso apenas murmurar para me desculpar:" Atirei-o da janela...sem me aperceber." O revisor, que é também um pouco filósofo, comenta: "Bom, se não se apercebeu do que estava do que estava a fazer, não pode dizer que o tenha atirado pela janela. É como ele tivesse caído". Mas eu não estou disposto a aceitar essa restrição: "Desculpe, mas uma coisa é que me tenha caído o bilhete e outra tê-lo atirado, mesmo que o tenha feito inadvertidamente." Parece que esta discussão agrada mais ao revisor do que multar-me: " Veja, "deitar fora" o bilhete é uma acção, algo diferente de que nos caia, que é apenas uma dessas coisas que acontecem. Quando alguém faz uma acção é porque uma dessas coisas que acontecem. Quando alguém faz uma acção é porque quer fazê-la, não é verdade? Mas em contrapartida as coisas acontecem sem querer. De maneira que como você quis atirar o bilhete podemos dizer que na realidade ele lhe caiu.". Revolto-me contra esta interpretação mecanicista: "Não e não! Poderíamos dizer que o bilhete me tinha caído se eu tivesse adormecido, por exemplo, ou até se uma rabanada de vento mo tivesse atrancado da mão. Mas eu estava bem acordado, não fazia vento e o que acontece é que atirei o bilhete sem querer." "Basta disse o revisor riscando o seu caderno com um lápis -, E se não o quis fazer, como é você sabe que foi você, exactamente você, quem atirou? Porquê "atirar" uma coisa é fazer uma coisa e ninguém pode fazer uma coisa se não quiser fazê-lo." "Pois sabe o que lhe digo? Atirei a porcaria do bilhete porque me deu na realíssima gana!" Multa à parte.
A verdade que existe uma diferença entre o que simplesmente me acontece (viro um copo com um safanão na mesa ao ir buscar o sal), o que faço sem me dar conta e sem querer ( o belo do bilhete atirado pela janela), o que faço sem me dar conta mas segundo uma rotina adquirida voluntariamente (como meter os pés nos chinelos quando me levanto da cama meio adormecido) e o que faço apercebendo-me e querendo (atirar o revisor bruscamente pela janela para que vá buscar o bilhete). Parece que a palavra "acção" é uma palavra que apenas convém à última destas possibilidades. É evidente que ainda existem outros gestos difíceis de classificar mas que à partida parecem qualquer coisa menos "acções": por exemplo, fechar os olhos e levantar o braço quando alguém me atira alguma coisa á cara ou procurar algo a que me agarrar quando estou quase a cair. Não decididamente um "acção" é apenas o que eu não teria feito se não tivesse querido fazê-lo: chamo acção a um acto voluntário. O "finado" revisor tinha portanto razão...
Mas como podemos saber se uma acto é voluntário ou não? Porque talvez antes de o levar a cabo pondero entre várias possibilidades e finalmente decido-me por uma delas. Claro que não é o mesmo "decidir-me a fazer algo" que "fazê-lo"."Decidir-se" é por fim a uma deliberação mental sobre o que quero realmente fazer. Mas uma vez decidido, tenho ainda que fazer. O que decido é o objectivo ou fim da minha acção, mas talvez não a própria acção. Por exemplo decido apanhar o copo e estendo o braço para o apanhar. O que é que decidi realmente fazer; apanhar o copo ou estender o braço? E qual é a verdadeira acção: apanhar o copo ou estender o braço? Se estendo o braço e deixo fora o copo posso dizer que agi ou não ? Ou agi "a meias"? (...) "
Fernando Savater, As Perguntas da Vida, Lisboa, Edições D. Quixote, 2000,2.º Edição,pp. 139 a 142


1. Partindo do texto de Savater, justifique o motivo " habitar" não simplesmente é simplesmente actuar.
2. Distinga, através de elementos presentes no texto o acto voluntário do involuntário.
3. Qual o significado da expressão "A nossa espécie não está " fechada" pelo determinismo biológico, mas permanece " aberta" e criando - se sem cessar a si própria."

(Retirado do site Netprof.)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Acção e acontecimento II

Foto retirada de http://files.blog-city.com



"É verdade que não podemos fazer tudo que quisermos, mas também é certo que não estamos obrigados a querer fazer uma coisa só. E aqui convém introduzir dois esclarecimentos a propósito da liberdade:
Primeiro, não somos livres de escolher o que nos acontece por (ter nascido certo dia, de certos pais, em tal país, sofrer de um cancro ou ser atropelado por um carro, ser bonitos ou feios, (…) mas somos livres de responder de esta maneira ou daquela ao que nos acontece (obedecer ou revoltar-nos, ser prudentes ou temerários, vingativos ou resignados, vestir-nos de acordo com a moda ou disfarçar-nos de ursos das cavernas, (…) etc.
Segundo: sermos livres de tentar alguma coisa nada tem a ver com a sua obtenção indefectível. A liberdade (que consiste em escolher dentro do possível) não é a mesma coisa que a omnipotência (que seria alguém conseguir sempre aquilo que quer, mas ainda que tal pareça impossível). Por isso, quanto maior capacidade de acção tenhamos, melhores resultados poderemos obter da nossa liberdade. Sou livre de querer subir ao monte Evereste, mas, dado o meu lamentável estado físico e a minha preparação nula em alpinismo, é praticamente impossível que alcance o meu objectivo. Em contrapartida, sou livre de ler ou não ler, mas aprendi a ler desde muito pequeno não se trata de coisa demasiado difícil para mim, caso decida fazê-la. Há coisas que dependem da minha vontade (e isso é ser livre), mas nem tudo depende da minha vontade (caso contrário seria omnipresente) porque no mundo há muitas outras vontades e muitas outras necessidades que eu não controlo a meu talante. Se não reconhecer nem a mim próprio nem ao mundo em que vivo, a minha liberdade esbarrará uma e outra vez na necessidade. Mas, aspecto importante, nem por isso deixarei de ser livre…ainda que caia.
Na realidade existem muitas forças que limitam a nossa liberdade, dos terramotos ou doenças aos tiranos."
Fernando Savater, Ética para um jovem, Dom Quixote.

1. Produza um texto onde sintetize " os esclarecimentos" que Savater pretende comunicar a propósito da liberdade humana.
2. Distinga acção humana de acontecimento. Dê dois exemplos para cada uma das situações.


(Retirado do Site Netprof)

A acção e o acontecimento

Imagem retirada da net


"O animal está limitado ao presente; não, sem dúvida, ao presente físico, isto é, ao instante actual, mas ao seu presente psicológico, isto é, que sabe, por associações estabelecidas pela experiência, deve seguir-se imediatamente. Por não apreender as relações, é incapaz de observar as relações de causa e efeito na sequência dos acontecimentos de que é testemunha e, com mais forte razão, de deduzir as consequências dos seus actos. Para ele a vida desenrola-se como um filme cujas imagens se sucedem sem que perceba uma ligação ou um sentido nessa sucessão.
O homem, pelo contrário, percebe as relações de causalidade. Por isso prevê as consequências dos seus actos: conhece, por exemplo, o efeito do abuso dos prazeres da mesa ou dos prazeres sexuais; sabe que um abandono irreflectido aos impulsos naturais de momento termina num penoso sofrimento. Não estando, como o animal, limitado ao presente, o homem pode evocar o futuro que prevê, comparar as vantagens de uma satisfação adiada, em resumo, fazer o balanço das operações que projecta, calcula, isto é, raciocinar. Graças a esta faculdade de comparação e de cálculo, não será conduzido pelas forças que são móveis, mas sim dirigido por motivos, isto é, por razões conscientes.
Esta é precisamente a característica essencial da vontade. Age-se voluntariamente, quando se age por razões."
Paul Foulquié, A Vontade, Edições Europa América.

1. Tendo presente os seus conhecimentos a análise da acção humana e da dinâmica do agir.
2. Explicite o sentido da seguinte afirmação: "graças a esta faculdade de comparação e de cálculo, não será conduzido pelas forças que são móveis, mas sim dirigido por motivos, isto é, por razões conscientes."

(Retirado do site Netprof.)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O Dia em que Sócrates Vestiu Jeans


Este ano resolvi colocá-los a ler um livro leve, bem disposto, que mistura a história da filosofia com um enredo divertido.

Um inteligente e divertido romance que nos mostra como a filosofia pode mudar as nossas vidas para melhor.
Ben Warner, um típico adolescente a passar umas férias de Verão enfadonhas, surpreende-se quando Lila, uma mulher jovem e atraente, lhe faz um bizarro convite. Embora tentado, Ben sente-se inseguro. E tem razões para isso!... Lila quer levá-lo para o Mundo das Ideias, um lugar completamente desconhecido para Ben. Mas Lila tem uma missão. O seu chefe, Sócrates, presidente do Mundo das Ideias — cargo que mantém há 1209 anos — fez uma aposta com o seu arqui-rival Wittgenstein. Para a ganhar e manter o seu cargo, Sócrates terá de fazer crer a Ben que a filosofia pode melhorar a sua vida. Desconhecendo o que lhe vai acontecer, Ben entra num inesperado mundo paralelo. E assim começa a sua viagem mental à volta das grandes e pequenas questões da vida. O que é a felicidade? A morte é o que de pior nos pode acontecer? Teremos vontade própria? E, a pouco e pouco, Ben começa a interrogar-se sobre as mais variadas questões e a acreditar que a vida é muito mais do que um jogo de futebol. Excêntrico, divertido e original, O Dia em Que Sócrates Vestiu Jeans é a história de um jovem que escapa da sua vida entediante para um excitante mundo paralelo e desperta para a real importância da vida através da aprendizagem dos conceitos básicos da filosofia.



«No estilo de O Mundo de Sofia para o século XXI.» Harper’s Bazaar


«Mais subtil que O Mundo de Sofia, este romance não tem medo de invadir o Mundo das Ideias. Divertido e engenhoso.» Financial Times Magazine


«Um inteligente, divertido e original romance que mostra aos jovens que a filosofia pode melhorar as suas vidas… As grandes questões da vida abordadas pelas atractivas técnicas da literatura.» The Observer


«Um livro com uma tremenda originalidade: divertido, inteligente e imensamente cativante.»William Boyd


«Intelectualmente rigoroso, divertido e encantador, lembrando o humor de Stoppard ou de Diderot.» The Observer


(Sinopse retirada de http://www.wook.pt/)