quarta-feira, 4 de março de 2009

Stuart Mill e o Utilitarismo

O utilitarismo é o tipo mais bem conhecido de teoria ética consequencialista. O seu mais famoso defensor foi John Stuart Mill. Esta teoria baseia-se no pressuposto de que o objectivo último de toda a actividade humana é a felicidade. Esta perspectiva é conhecida como hedonismo.
Um utilitarista define o “bem” como “seja o que for que trouxer a maior felicidade global.” Isto é, conhecido como o princípio de maior felicidade ou princípio da utilidade. Para um utilitarista, a boa acção pode ser calculada, examinando as consequências prováveis dos vários cursos possíveis de acção. A boa acção é a que tiver mais probabilidade de trazer a maior felicidade nas circunstâncias em causa, seja ela qual for.
O utilitarismo tem de lidar com consequências prováveis, porque habitualmente é extremamente difícil prever os resultados possíveis de uma acção específica, como por exemplo, insultar pessoas provoca infelicidade, mas quem estamos a insultar pode gostar de sê-lo.
O sistema utilitarista esteve mergulhado em acesa polémica, nomeadamente em relação a equívocos e interpretações erróneas como as noções de utilidade e de prazer.
Em suma, poder-se-á dizer que para o utilitarismo, as acções são moralmente certas ou erradas apenas em virtude das suas consequências. Sob o ponto de vista moral, uma opção é melhor do que outra se, e só se, tiver melhores consequências, resultados ou efeitos do que ela. As melhores consequências são sempre aquelas que impliquem o bem-estar ou felicidade de todos aqueles que são afectados pelas nossas acções.
A moralidade reside no esforço para maximizar o prazer e procurar tanta felicidade quanta nos for possível. O princípio da maior felicidade é o fundamento moral desta ética e o critério a partir do qual se avaliam as boas ou más acções.
Síntese do Utilitarismo:

Útil significa o prazer em si mesmo, aliado à ausência de dor.
Fundamento da moral utilitarista é a utilidade ou princípio da maior utilidade.
Felicidade – o prazer e a ausência de dor.
Infelicidade – dor e privação de prazer.
O prazer e a ausência de dor são os únicos fins desejáveis.
Desejável é aquilo que como fim promove o prazer ou previne a dor.

Com Stuart Mill a Moralidade passa a ser a realização de cada ser humano neste mundo, aqui e agora. O princípio da utilidade exige que cada um de nós faça o que for necessário e estiver ao seu alcance para promover a felicidade e evitar a dor.
Ao avaliarmos as consequências previsíveis de uma acção, temos pois de considerar não apenas a quantidade mas também a qualidade de prazer que dela possa resultar.

Críticas ao Utilitarismo

É difícil medir a felicidade e compará-la entre pessoas diferentes.
Mill distingue prazeres elevados (intelectuais) de prazeres baixos (físicos). Os primeiros contam mais que os segundos. “É preferível ser um Sócrates triste, mas sábio; do que um ignorante feliz”.
Muitas acções são consideradas imorais. Por exemplo, enforcar um inocente em público para haver menos crimes. O utilitarismo tem como pressuposto a ideia de que a acção moralmente boa é a que produz maior felicidade

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