quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Noção de consciência moral

Foto retirada da net


Consciência, no aspecto moral, é a capacidade que o homem tem de conhecer não apenas valores e mandamentos morais mas de aplicá-los em diferentes situações.
A consciência moral tem alguns pressupostos que são a consciência psicológica que tem dentro de si, o outro, a realidade, a transcendência e a si mesmo. A consciência moral supõe uma hierarquia de valores, e também uma finalidade do acto seja ele bom ou mau. Ela consiste na capacidade do ser humano observar a própria conduta e formular juízos sobre os actos passados, presentes e as intenções futuras. E depois de julgar, o homem tem condições de escolher, dentre as circunstâncias possíveis, seu próprio caminho na vida.
Consciência moral: -ratifica no intimo as normas que vêm de fora; -exerce a sua autonomia face aos actos e ao mundo.
Temos também a consciência social e pessoal que vem formar a consciência moral, dentro de uma tensão nas dimensões do ser humano.

"O Clube dos Poetas Mortos" - o Filme

Imagem retirada da net

O "Clube dos Poetas Mortos" é um filme que pode ser analisado de muitos pontos de vista: o da confiança é um deles. As aulas de um colégio interno vão começar. Os alunos acham a disciplina de literatura uma maçada. Mas, logo na primeira aula, o professor - novato no colégio - explica a matéria de um modo completamente diferente. Motiva os alunos. Obriga-os a falar, a intervir, a pensar e deixa-os correr riscos. Confia neles.
Ao longo do filme, vamos conhecendo melhor os alunos. Um deles tem um conflito com os pais. Não há confiança entre eles. O pai nunca deixou "espaço e tempo" para o seu filho e este nunca teve coragem e oportunidade para explicar ao pai os seus pontos de vista. No colégio, também há um paralelismo curioso, pois o professor novo não goza de grande confiança por parte do Director. Mal se falam. Os dias vão-se sucedendo. As aulas de Literatura decorrem a bom ritmo. A relação entre o professor e os alunos é excelente. A barreira professor / aluno vai sendo ultrapassada, mas alguns não conseguem deixar de pensar e de actuar segundo uma visão do tipo "superior/inferior ou chefe/subordinado". O professor vai dando mostras cada vez maiores de que confia nos seus alunos. Mas essas provas não são por vezes compreendidas. Para não quebrar a confiança, o professor evita aprofundar algumas questões. O diálogo falha. Deixa correr riscos desnecessários. Incentiva mas sem a segurança necessária. Às vezes desconfia que algo poderá não estar correcto… mas não fala directamente com os alunos e quando o faz, um deles mente. Há desconfiança. O desastre tinha de acontecer e acontece com estrondo. No final, perdem os alunos, o colégio e o professor. Há um relativo "happy end" pois são apresentadas as linhas de rumo e algumas resultaram. Mas são evidentes as falhas de um sistema onde sem confiança, nada é possível. Não é só saber escolher as pessoas certas. Trata-se de saber construir uma equipa. A confiança não se impõe, é reconhecida. A confiança não se conquista, ganha-se…

(Texto retirado de http://educacao.aaldeia.net/)


Ficha de Trabalho sobre o conceito de Pessoa



Imagem retirada da net


FICHA DE TRABALHO

Leia atentamente estes dois excertos extraídos da comunicação social:


TEXTO 1 –
“ Contínuo a ter saudades da minha mãe, em especial quando se aproxima o Dia da Mãe. (...)
Família, trabalho árduo, sacrifícios e colocar sempre os filhos antes de tudo e de todos, foram valores que a minha mãe me ensinou. Bem como ter uma atitude sempre positiva, mesmo nos piores momentos. Para ela, esses piores momentos incluíram o alcoolismo do meu padrasto, a morte de três maridos, a luta do meu irmão contra a droga e a sua própria luta contra o cancro. Em criança, via a minha mãe sair todos os dias para o trabalho, numa altura em que não era fácil ser-se mãe trabalhadora. Já em adulto, fiquei maravilhado quando vi a minha mãe mergulhar no mundo da política para me ajudar nas vitórias e nas derrotas, ao mesmo tempo que encorajava o meu irmão na sua carreira profissional e lhe prestava todo o apoio possível e imaginário, para que ele conseguisse resolver o seu problema com a droga. E assisti, com grande admiração, ao modo como ela ultrapassava as suas desilusões, sempre com humor e determinação, tirando partido de cada momento da vida, mesmo quando o cancro da mama nos privou da sua companhia, quando ela tinha 70 anos. (...)
Independentemente das adversidades que enfrentava, tentou sempre divertir-se e adorava ver as pessoas subir na vida. Nunca invejou o sucesso e a felicidade dos outros. Apenas queria o mesmo para ela e para os seus filhos. (...)
Este domingo, ao ver a minha filha e a minha mulher a conversar e a rir à mesa de jantar, ouço os ecos das minhas próprias conversas com a minha mãe. E sinto-me grato pelo amor da minha mãe. O espírito das nossas mães fica connosco para sempre. Feliz Dia da Mãe.”
Bill Clinton, Notícias Magazine

TEXTO 2 –
“ Sabe-se hoje que a vulgar expressão “meninos da rua” corresponde a um conjunto de características bem definidas. Essas crianças foram abandonadas por adultos durante mais ou menos tempo, tiveram alimentação insuficiente, falta de hábitos de higiene e falta de vigilância médica, muitas vezes recorrem à mendicidade e ao roubo para si próprias e para as famílias. Vivem em barracas ou na rua e rapidamente mergulham em actividades ilícitas (droga, prostituição). Não exprimem emoção e raramente se queixam.
De quem é a culpa? É melhor pensarmos que somos todos responsáveis. Os pais não tiveram condições para exercer a função parental. Sabe-se através de investigações detalhadas de psicossociólogos que a pobreza é decisiva para a génese deste problema. (...)
A verdade é que, quando não há casa nem pão, é difícil haver estímulos positivos para que a auto-estima destas crianças não desça vertiginosamente.
É, pois, necessário, não continuar a proceder como se estas coisas só se passassem “lá fora” (que é um país que não conheço). Estão bem aqui ao pé da porta, nas periferias de Lisboa, Amadora, Setúbal e Porto. Para que não as esqueçamos.
E, senhores políticos, não acham isto mais importante que a regionalização?”
Daniel Sampaio ,Notícias Magazine

A partir deles redija uma composição na qual exprima, fundamentado-o, o seu ponto de vista sobre este tema: A educação, os valores e a pessoa.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Pessoa

Salvador Dali


"De todo o homem que atingiu a idade da razão se deve esperar que tenha considerado, reconhecido e cumprido os mandamentos e rejeitado o que é proibido. É-lhe exigido que responda pelo seu comportamento e que aceite as suas consequências. A fuga à responsabilidade é o mais claro indício de falência da maturidade moral. Só pela aceitação nos libertaremos, só pela participação responsável na vida do Estado nos tornaremos cidadãos; só pela da responsabilidade pelas nossas acções nos tornaremos pessoas."
F. Heinemann

1. Tendo presente o texto, diga o que entende por responsabilidade.
2. Comente a importância que desempenha a responsabilidade na formação do conceito de pessoa.

Exercício II

A noção de pessoa envolve as mais dignas características do ser humano, que o tornam um ser supremo, fonte e critério de toda as valorações que possamos efectuar. Complete o quadro seguinte utilizando os seguintes conceitos: abertura ao outro, interioridade, singularidade, unidade, projecto/possibilidade, autonomia.


Cada ser humano é uma essência Individual. O que faz de cada um de nós um ser único, irrepetível e insubstituível.

Cada ser humano é um micro cosmos, um centro de decisão, uma totalidade concreta, uma unidade psicológica e moral.

O ser humano é o centro de decisão e de acção, já que revela ser o princípio e a causa do seu agir.

O ser humano é efectivamente capaz de se autodeterminar.

Cada ser humano possui um campo, que é a consciência, que se traduz numa local de reserva e de intimidade que é inacessível e inviolável.

Só somos verdadeiramente pessoas na relação que estabelecemos com os outros. O ser humano caracteriza-se pela sua singularidade, unidade e autonomia.

Nós não nascemos pessoas. Ser pessoa não é algo de adquirido, é uma das possibilidades que cada sujeito deve realizar.
(Retirado do site Netprof)

sábado, 24 de janeiro de 2009

GLOSSÁRIO KANTIANO



A PRIORI – independente da experiência, ou seja, não deriva ou procede dela.

BOA VONTADE – é uma vontade cujas decisões são boas em si mesmas. Opõe-se à vontade útil, aquelas cujas decisões só valem como meios para a realização de determinado fim A vontade boa é aquela que quer praticar boas acções, em virtude do valor intrínseco que atribui a essas acções. Agir bem é agir por dever. A boa vontade age desinteressadamente, de acordo com o dever.
LEI MORAL – é uma lei que se apresenta sob a forma de imperativo categórico. Não prescreve que se realize este ou aquele fim nem os meios a utilizar para a realização de uma finalidade. A lei moral exige que a vontade ao escolher a máxima da sua acção possa pretender que essa máxima valha para a vontade de todo e qualquer ser racional. O que eu escolho como princípio da minha acção.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O que é a moral?


«A moral diz respeito à acções praticadas por hábito e aos costumes em geral, o que privilegia o lado pelo qual a acção é ainda exterior ao sujeito; esta exterioridade reenvia então para a lei e a regra.
A conformidade com a lei domina, mas, ao mesmo tempo, a lei é considerada com a cristalização do hábito. Em sentido oposto, a ética analisa a dimensão pessoal da acção, mostrando o modo como o agir surge da própria interioridade da pessoa que age. Já não é a conformidade com a lei que é a primeira na consideração ética, mas a fidelidade ao centro pessoal do qual a acção emana. Segundo uma outra abordagem ligeiramente diferente, a moral considera o agir na sua relação com a lei (…) ao passo que a ética trata do fundamento da moral.»
I. Renaud e M. Renaud, Moral

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Moral e ética

Foto retirada de http://olhares.aeiou.pt

«A moral diz respeito à acções praticadas por hábito e aos costumes em geral, o que privilegia o lado pelo qual a acção é ainda exterior ao sujeito; esta exterioridade reenvia então para a lei e a regra.
A conformidade com a lei domina, mas, ao mesmo tempo, a lei é considerada com a cristalização do hábito. Em sentido oposto, a ética analisa a dimensão pessoal da acção, mostrando o modo como o agir surge da própria interioridade da pessoa que age. Já não é a conformidade com a lei que é a primeira na consideração ética, mas a fidelidade ao centro pessoal do qual a acção emana. Segundo uma outra abordagem ligeiramente diferente, a moral considera o agir na sua relação com a lei (…) ao passo que a ética trata do fundamento da moral.» I. Renaud e M. Renaud, Moral

1. Tendo presente a frase sublinhada estabeleça a diferença entre moral e ética.

A dignidade humana

Foto retirada de http://olhares.aeiou.pt

"Em primeiro lugar a inviolabilidade de cada pessoa, o reconhecimento de que não pode ser utilizada ou sacrificada pelos outros como um simples instrumento para a realização de fins gerais. Assim, sendo, não há «direitos humanos» colectivos, pela mesma razão de que não há seres «humanos» colectivos, a pessoa humana não pode existir fora da sociedade, mas não se esgota no serviço a ela.
Daqui resulta a segunda característica da dignidade, o reconhecimento da autonomia de cada um para traçar os seus próprios planos de vida e as suas próprias normas de excelência, sem outros limites a não ser o direito semelhante à mesma autonomia.
Em terceiro lugar, o reconhecimento de que cada um deve ser tratado socialmente de acordo com a sua conduta, mérito ou desmérito pessoais, e não segundo factores aleatórios que não são essenciais à sua humanidade: raça, etnia, sexo, classe social, etc. Em quarto e último lugar, a exigência de solidariedade com a infelicidade e sofrimento dos outros, o manter viva e activa a cumplicidade dos outros."
Fernando Savter, As Perguntas da Vida

1. Partindo do texto, estabeleça a ligação necessária entre a dignidade humana e o conceito de pessoa.

(Retirado do site Netprof)

Hotel Ruanda



Objectivo: Problematização e reflexão sobre a diversidade cultural, relativismo e tolerância.

Visualização de filme

Título: Hotel Ruanda
Título Original: Hotel Rwanda
Realização: Terry George
Argumento: Terry George, Keir Pearson
Duração: Cerca de 110 minutos
Origem: África do Sul/ Canadá/Itália/Reino Unido 2004


Resumo: O Ruanda é uma antiga colónia belga em África com cerca de 8 milhões de habitantes e onde a esperança média de vida ronda os 45 anos. Está dividido em duas etnias: a minoria Tutsi (cerca de 15% da população) e a maioria Hutu (cerca de 84% da população).
Em 1994 o Ruanda foi palco de uma das maiores atrocidades da história da Humanidade: em apenas 100 dias, quase um milhão de tutsis são brutalmente assassinados por milícias de etnia Hutu.
O genocídio de 937 mil tutsis (números das Nações Unidas) aconteceu sem que tivesse havido qualquer intervenção humanitária internacional.
“Hotel Ruanda” é baseado em factos reais, pouco divulgados à época pela comunicação social. Paul Rusesabagina, o homem que inspirou o filme, recebeu o Prémio Humanitário do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. Foi a primeira vez na sua história que a Organização das Nações Unidas entregou esta condecoração.

Passos de Análise:

Caracterizar as noções de etnocentrismo, xenofobia e genocídio.


“Mas se ninguém intervir continuará a ser bom mostrá-lo?”, pergunta o jornalista a Paul Rusesabagina, a respeito das imagens do massacre. Responda criticamente a esta questão.


Salvar os “nossos” foi a palavra de ordem do Ocidente. Analise criticamente esta noção de “nossos”. Tendo em conta o exemplo do conflito do Ruanda, problematize a noção de tolerância.

Tolerância (II)


Nenhuma forma de tolerância é tão ampla que compreenda todas as ideias possíveis. (…)
Uma coisa é afirmar que a tolerância jamais é ilimitada (somente a tolerância negativa é ilimitada; mas, por isso mesmo, acaba por desacreditar a própria ideia de tolerância); outra é considerar que, se ela deve ter limites, os critérios para fixá-los não devem ser os propostos por Marcuse.
O único critério razoável é o que deriva da própria ideia de tolerância, e pode ser formulado assim: a tolerância deve ser estendida a todos, salvo àqueles que negam o princípio de tolerância, ou, mais brevemente, todos devem ser tolerados, salvo os intolerantes. Essa era a razão pela qual Locke considerava que o princípio de tolerância não deveria ser estendido aos católicos, sendo também a que justifica hoje, na esfera da política, a negação do direito de cidadania aos comunistas e aos fascistas. Trata-se, de resto, do mesmo princípio pelo qual se afirma que a regra da maioria não vale para as minorias opressoras, ou seja, para aqueles que, se se tornassem maioria, suprimiriam o princípio da maioria.
Naturalmente, também este critério de distinção - que, abstractamente, parece claríssimo - não é de fácil realização na prática, como parece à primeira vista, e não pode ser aceite sem reservas.
A razão pela qual não é tão claro como parece quando enunciado reside no facto de que há várias gradações de intolerância e são vários os âmbitos onde a intolerância pode manifestar-se. Não pode ser aceite sem reservas por uma razão de modo algum negligenciável: quem crê na bondade da tolerância fá-lo não apenas porque constata a irredutibilidade das crenças e opiniões - com a consequente necessidade de não empobrecer, mediante proibições, a variedade de manifestações do pensamento humano -, mas também porque crê na sua fecundidade, e considera que o único modo de fazer com que o intolerante aceite a tolerância não é a perseguição, mas o reconhecimento do seu direito a expressar-se. Responder ao intolerante com a intolerância pode ser formalmente irrepreensível, mas é certamente algo eticamente pobre e talvez também politicamente inoportuno. Não estamos a afirmar que o intolerante, acolhido no recinto da liberdade, compreenda necessariamente o valor ético do respeito às ideias alheias. Mas é certo que o intolerante perseguido e excluído jamais se tornará um liberal. Pode valer a pena pôr em risco a liberdade fazendo com que ela beneficie também o seu inimigo, se a única alternativa possível for restringi-la até ao ponto de a fazer sufocar, ou, pelo menos, de não lhe permitir dar todos os seus frutos. É melhor uma liberdade sempre em perigo, mas expansiva, do que uma liberdade protegida, mas incapaz de se desenvolver. (…)
A escolha entre as duas atitudes é uma escolha última; e, como toda a escolha última, não é facilmente defensável com argumentos racionais. De resto, há situações históricas que podem favorecer ora uma das opções, ora outra. Ninguém pensaria hoje em renovar a proibição dos católicos, como queria Locke, porque as guerras religiosas terminaram, pelo menos na Europa, e não é previsível o seu retorno. (…)
Devemos contentar-nos em dizer que a escolha de uma ou de outra solução permite distinguir entre uma concepção restritiva da tolerância, que é própria do liberalismo conservador, e uma concepção extensiva, que é própria do liberalismo radical ou progressista, ou que outro nome se lhe queira dar.(…) Onde a história destes últimos séculos não parece ambígua é quando mostra a interdependência entre a teoria e a prática da tolerância, por um lado, e o espírito laico, por outro, entendido este como a formação daquela mentalidade que confia a sorte do regnum hominis mais às razões da razão que une todos os homens do que aos impulsos da fé. Esse espírito deu origem, por um lado, aos Estados não confessionais, ou neutros em matéria religiosa, e ao mesmo tempo liberais, ou neutros em matéria política; e, por outro lado, à chamada sociedade aberta, na qual a superação dos contrastes de fé, de crenças, de doutrinas, de opiniões, deve-se ao império da aúrea regra segundo a qual a minha liberdade se estende até ao ponto em que não invada a liberdade dos outros, ou, para usar as palavras de Kant, "a liberdade do arbítrio de um pode subsistir com a liberdade de todos os outros segundo uma lei universal" (que é a lei da razão).»
N. BOBBIO, A Era dos Direitos, Rio de Janeiro, ed. Campos, 1992, pp. 212-216

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Tolerância

Foto retirada de http://olhares.aeiou.pt

"O caminho para a não violência passa pelo respeito da diversidade de cultura, religião, práticas sexuais e assim por adiante. Se a relação com o outro for profunda, implica o desafio de repensar a realidade e as relações sociais, a partir de outros critérios e paradigmas. Quando se descobre que nenhum tipo de violência é positivo, a única alternativa para uma convivência humana e digna é a não violência." Marcelo Barros, www.cidadanet.org. br/mbarros/300104.htm

1. Comente a importância que desempenha o conceito de tolerância e de altruísmo, na afirmação plena e livre das convicções religiosas, da orientação sexual ou da origem social ou étnica de cada ser humano.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Darfur

Foto retirada de http://www.worldproutassembly.org


Em Março de 2004, Darfur, região no Sudão Ocidental, foi descrito por Muskesh Kapila, na altura Coordenador Humanitário da ONU, como “a maior crise humanitária do mundo”.
O testemunho de muitas mulheres dá voz a centenas de outras, em testemunhos recolhidos pela Amnistia Internacional, por outras organizações dos Direitos Humanos, missões de investigação da ONU e jornalistas independentes. Todos eles descrevem um padrão de ataques sistemáticos e ilegais sobre os civis no Norte, Oeste e Sul do Estado de Darfur, cometidos pela mílicia geralmente referida como “Janjawid” (homens armados em cavalos) ou “Milícias Árabe” e pelo exército do Governo. Estes ataques massivos são a resposta do governo sudanês à revolta de dois grupos políticos armados da região.
As graves violações dos direitos humanos incluem: execuções extrajudiciais, mortes civis, torturas, violações sexuais, raptos, destruição de propriedades e de aldeias, furto de gado e de propriedades, destruição de meios de subsistência da população atacada e deslocação forçada.


Elabora uma reflexão a partir desta “crise humanitária”, tendo em conta a violação dos Direitos Humanos.

Os "Intocáveis"

Foto retirada de http://www.publico.clix.pt/imagens.aspx/177491?tp=UH&db=IMAGENS


"Ser hindu na Índia significa nascer no sistema de castas, enraizado na cultura indiana ao longo dos últimos 1500 anos e que obedece a um preceito essencial: todos os homens nascem desiguais. As classes da sociedade hindu têm origem numa lenda segundo a qual os agrupamentos principais, ou varnas, emergiram de um ser primordial. os brâmanes - sacerdotes e professores -nasceram da boca. Os cxatrias - governantes e soldados - dos braços. Os vêixias - comerciantes e mercadores - das coxas. Os sudra - trabalhadores - dos pés. Cada varna desdobra-se em centenas de castas e subcastas hereditárias, com hierarquias próprias.
Num quinto grupo, integram-se as pessoas declaradas achuta, ou intocáveis. O ser primordial não as reivindica como suas : os intocáveis são proscritos, demasiado impuros e demasiado conspurcados, para merecerem classificação como seres de respeito. O preconceito determina as suas vidas, sobretudo nas zonas rurais, onde vivem quase três quartos dos indianos. Os intocáveis são evitados, insultados, impedidos de entrar nos templos e nas casas das castas mais elevadas, têm de usar loiça e talheres separados para comer e beber em lugares públicos.
Em situações extremas, mas não raras, são violados, queimados, linchados e mortos a tiro."
T.O'NEILL, "Intocáveis", in National Geographic, Junho de 2003

Partindo do texto anterior, escreva uma dissertação argumentando a questão das diferenças culturais e do relativismo cultural.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Valores e cultura

Imagem retirada de http://www.bombachalarga.com.br

"É verdade que, do ponto de vista cultural, os seres humanos conquistaram, pouco a pouco e com muitos esforços, aquilo que eles consideram – e que nós consideramos ainda – como valores. Os valores não caíram todos do céu; noutros termos, os homens não descobriram os valores a partir de uma evidência já dada., como se fosse necessário perscrutar o próprio coração ou olhar para dentro de si mesmo para compreender quais são os objectivos da acção que são valores autênticos. O que é evidente, por exemplo, é a procura espontânea dos bens que mantêm a nossa vida física.
Estes “valores básicos “ não precisam de reflexão para serem vividos; o que exigiu o pensamento foi a construção dos meios técnicos (instrumentos como o machado de pedra para matar os animais, as técnicas de construção para habitação, etc…) para os realizar. Mas o que exigiu ainda mais tempo de reflexão e mais actos concretos, o que exigiu, por assim dizer, uma longa vida feita de tentativas fracassadas ou coroadas de êxito é a descoberta dos valores a que chamamos superiores. Tais valores, que regulam a vida relacional entre seres humanos, pressupõem um longo percurso civilizacional, percurso de que se pode às vezes reconhecer os marcos. Os “ Direitos do Homem” foram, depois de 1789, proclamados solenemente em 1948, no termo de uma guerra mundial que fez mais de 50 milhões de mortos.
Ainda que muitos povos já aplicassem estes direitos antes da Declaração Universal, não se pode negar que 1948 constitui um ponto de referência “histórico” na descoberta dos valores de respeito pelo ser humano enquanto pessoa. Há, deste modo, valores cuja origem está ligada com determinada cultura; citemos por exemplo a hospitalidade para os antigos Gregos, a pessoa para o mundo cristão, a democracia em Atenas e, depois da Revolução Francesa, a igualdade entre raças com a abolição da escravatura e, em seguida, do apartheid, a liberdade dos povos de decidir o seu futuro, com a descolonização depois da Segunda Guerra Mundial. Quando se afirma que os valores são historicamente marcados diz-se que é possível determinar, com certa margem de imprecisão, o seu nascimento enquanto valores reconhecidos quer por um grupo, quer pela maior parte das pessoas, quer pelo acordo quase universal das nações.
Os valores são todos relativos à época e ao contexto da sua descoberta na história dos seres humanos. As formas que os valores assumem variam com o tempo. Quanto mais básicos são, mais variam as formas da sua vivência. Em sentido contrário, quanto mais elevados são os valores, mais estável é o seu núcleo intangível., de tal modo que, através das vicissitudes das suas formas de apresentação, eles se manifestam como valendo apenas para todos os seres humanos."
Michel Renaud, “ Viver a Cidadania” , Educar Hoje – Enciclopédia dos Pais.


1. Estabeleça a diferença entre os “ valores básicos” e os “ valores superiores”.
2. Os valores são todos relativos à época e ao contexto da sua descoberta na história dos seres humanos».Partindo deste extracto do texto, discuta a perenidade / historicidade dos valores humanos.Retirado do site Netprof.

Relativismo Cultural

http://olhares.aeiou.pt


"É uma verdade incontroversa que pessoas de sociedades diferentes têm costumes diferentes e diferentes ideias acerca do bem e do mal morais. Não há consenso mundial sobre a questão de saber que as acções são moralmente boas e moralmente más, apesar de existir uma convergência considerável sobre estas matérias. Se tivermos em consideração o quanto as ideias morais mudaram, quer de lugar para lugar, quer ao longo do tempo, pode ser tentador pensar que não existem factos morais absolutos e que, pelo contrário, a moral relativa à sociedade na qual fomos educados. Segundo esta perspectiva, uma vez que a escravatura era moralmente aceite para a maioria dos Gregos antigos, apesar de o não para a maioria dos Europeus de hoje em dia, a escravatura seria moralmente boa para os Gregos antigos, apesar de ser moralmente má para os Europeus contemporâneos. "Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia, Gradiva


1. Identifique a tese filosófica sobre a moral presente no texto. Justifique a sua resposta.
2. Qual a tese filosófica que se lhe pode opor? Tendo presente a mesma problemática, elabore um texto onde conteste a concepção presente no texto.
(Retirado do site Netprof)

Relativismo cultural


"(…) William Graham Sumner resume a essência do relativismo cultural. Sumner afirma que não há uma medida do certo e do errado, além dos padrões de uma dada sociedade: "A noção de certo está nos hábitos da população. Não reside além deles, não provém de origem independente, para os por à prova. O que estiver nos hábitos populares, seja o que for, está certo". Suponha-se que tomávamos isto a sério. Quais seriam algumas das consequências?
1. Deixaríamos de poder afirmar que os costumes de outras sociedades são moralmente inferiores aos nossos. Isto, é claro, é um dos principais aspectos sublinhados pelo relativismo cultural. Teríamos de deixar de condenar outras sociedades simplesmente por serem "diferentes": Enquanto nos concentrarmos apenas em certos exemplos, como as práticas funerárias dos gregos e calatinos isto pode parecer uma atitude sofisticada e esclarecida.
No entanto seríamos também impedidos de criticar outras práticas menos benignas. Suponha-se que uma sociedade declarava guerra aos seus vizinhos com o intuito de os fazer escravos. Ou suponha que uma sociedade era violentamente má anti-semita e os seus líderes se propunham destruir os judeus. O relativismo cultural iria impedir-nos de dizer que qualquer destas práticas estava errada. (Nem sequer poderíamos dizer que uma sociedade tolerante em relação aos judeus é melhor que uma sociedade anti – semita, por isso implicaria um tipo qualquer de padrão transcultural de comparação.) A incapacidade de condenar estas práticas não parece muito esclarecida; pelo contrário, e escravatura e a anti – semitismo afiguram-se erradas onde quer que ocorram. No entanto, se tomássemos a sério o relativismo cultural teríamos de encarar estas práticas sociais como algo imune à crítica.
2. Poderíamos decidir se as acções são certas ou erradas pela simples consulta dos padrões da nossa sociedade. O relativismo cultural propõe uma maneira simples para determinar o que está certo ou errado: tudo aquilo que de que necessitamos é perguntar se a acção está de acordo com os códigos da nossa sociedade. Suponhamos que em 1975 um residente da África do Sul se perguntava se a política de apartheid do seu país – um sistema rigidamente racista – era moralmente correcta. Tudo o que teria que fazer era perguntar se esta política se conformava com o código moral da sua sociedade. Em caso de resposta afirmativa, não haveria motivos de preocupação pelo menos de um ponto de vista moral.
Esta implicação do relativismo cultural é perturbadora porque poucos de nós pensam que o código moral da nossa sociedade é perfeito – não é difícil pensar em várias maneiras de as aperfeiçoar. No entanto, o relativismo cultural não se limita a impedir-nos de criticar os códigos das outras sociedades; não nos permite igualmente criticar a nossa. Afinal de contas, se certo e errado são relativos à cultura, isto tem de ser verdade tanto relativamente à nossa própria cultura como relativamente às outras." James Rachels, Elementos de Filosofia Moral


1. Porque motivo considera o autor do texto que o relativismo cultural não é moralmente possível?
2. Tendo presente o conceito de diálogo intercultural, explique porque motivos os raciocínios presente no texto, (entre as linhas 9 e 22) não podem ser moralmente sustentados.
3. Produza um texto onde discuta as relações existentes entre diversidade cultural e relativismo cultural.
4. Elabore um texto onde confronte os argumentos do relativismo cultural face ao etnocentrismo.
(Retirado do site Netprof)

sábado, 10 de janeiro de 2009

Ética e política(1)

http://olhares.aeiou.pt

"Não se pode nem separar nem confundir ética e política. As grandes éticas precisam, maior parte das vezes, de uma estratégia, ou seja, de uma política; e a política precisa de um mínimo de meios e de finalidades éticas, sem por isso se reduzir à ética.
Só pode colocar-se a relação entre ética e política em termos complementares, concorrentes e antagónicos. O antagonismo clássico entre a ética e a política assumiu contornos de uma oposição absoluta, como a existente entre Antígona e Creonte. Ressuscitou no cerne do seu próprio radicalismo, no âmago do totalitarismo do século XX, em que os jovens Scholl· isolados na Alemanha nazi triunfante, se lançaram na resistência, e em que Soljenitsine e, depois Sakarov, desafiaram o gigantesco poder soviético em nome dos valores morais achincalhados. O divórcio reapareceu no século XXI: intervenções, ocupações, repressões, destroem as escassas regras criadas para civilizar as guerras: o regresso da tortura é o indicador inequívoco de uma regressão bárbara no coração da civilização.
O antagonismo ética/política pode conduzir a diversos compromissos, nos quais a ética procura, quer jogar com a força, quer utilizá-la para os seus fins. Neste caso a ética é remetida para a escolha, para a aposta, para a estratégia.
Não podemos resignar-nos a dissolver a ética na política, que se torna então puro cinismo, não podemos sonhar com uma política que fosse unicamente escrava da ética. A complementaridade dialógica entre ética e política implica a dificuldade, a incerteza e, por vezes, a contradição. Quanto mais a política se exerce nas complexidades das sociedades, tanto mais são os imperativos éticos das liberdades, dos direitos; quanto mais degradadas são as solidariedades e as comunidades, tanto mais estas são necessárias. Neste sentido, uma política de complexidade traz em si uma aporia permanente."
Edgar Morin, O Método VI, Publicações Europa América. pp. 81 e 82.

1. Produza um texto onde reflicta sobre a necessidade de uma relação complementar entre ética e política.
(Retirado do site Netprof)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Juízos de facto e juízos de valor


A) Dos juízos que se seguem identifique os que são juízos de valor e os que são juízos de facto:
a) A pena de morte é uma prática criminosa.
b) Alguns estados dos Estados Unidos praticam a pena de morte.
c) No Ruanda a situação das vidas humanas é deplorável.
d) O PIB em Portugal está abaixo da média europeia.
e) Van Gogh é considerado um dos grandes expoentes do expressionismo estético.
f) Os quadros de Van – Gogh são extremamente expressivos.


B) "As coisas boas e más, melhores e piores, atractivas e repelentes, e nós, ao preferirmos uma às outras, percebemos essa bondade ou maldade e atrás delas nos lançamos. Achamos prazer? Bem está. Achamos dor? Sofremo-la de melhor ou pior talante. (...)
Esta faculdade de preferir, ou seja, a de perceber em todas as coisas um nimbo que as qualifica de boas, más, melhores piores, atractivas, repelentes, é quiçá, uma função universal de todo o ser vivo. (...)
O homem (...) percebe em torno de si um sem - número de coisas boas e más, um sem número de objectos belos e feios, grandiosos e mesquinhos, nobres e vulgares. O nosso mundo não consta apenas, nem principalmente, de coisas, mas dessas atracções e repulsos que; à nossa volta, não param de afectar o nosso espírito. O mundo real e concreto, o mundo em que efectivamente vivemos, não é o que a física, a química, a matemática nos descrevem, mas um imenso arsenal de bens e de males, como os quais edificamos a vida."
Manuel Garcia Morente, Ensaios sobre o progresso


1. Partindo do texto distinga juízo de facto de juízo de valor.
2. Relacione o " mundo real e concreto" com esse " imenso arsenal de bens e de males, com os quais edificamos a vida."

(Retirado do site Netprof)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Os valores

1) "Os valores não constituem um mundo de objectos que exista independentemente do mundo dos objectos reais, só se dão na realidade – natural e humana – como propriedades valiosas dos objectos desta realidade. Os valores requerem, por conseguinte – como condição necessária – a existência de certas propriedades que consideramos valiosas. Porém, as propriedades reais que sustentam o valor, e sem as quais este não se daria, só são valiosas potencialmente. Para se actualizarem e se converterem em propriedades valiosas efectivas, é indispensável que o objecto se encontre em relação com o homem social, com os seus interesses e necessidades. "
A. Sanchez

Tendo o texto como referência discuta a subjectividade/objectividade dos valores.



2) "Todo o valor é inseparável de uma actividade de selecção que, mesmo que ela só tenha sentido para nós, opera distinções entre diferentes formas do real segundo o seu grau de afinidade ou parentesco connosco. Só há valor onde a parcialidade se começa a introduzir no real. O valor é um partido assumido."
L. Lavelle


Comente o seguinte extracto do texto: "Só há valor onde a parcialidade se começa a introduzir no real. O valor é um partido assumido."



3) "Os valores não constituem um mundo de objectos que exista independentemente do mundo dos objectos reais, só se dão na realidade - natural e humana - como propriedades valiosas dos objectos desta realidade. Os valores requerem, por conseguinte - como condição necessária - a existência de certas propriedades que consideramos valiosas. Porém, as propriedades reais que sustentam o valor, e sem as quais este não se daria, só são valiosas potencialmente. Para se actualizarem e se converterem em propriedades valiosas efectivas, é indispensável que o objecto se encontre em relação com o homem social, com os seus interesses e necessidades."
A. Sanchez


Tendo o texto como referência, discuta a questão da objectividade e subjectividade valores.




4) "Nem o objectivismo nem o subjectivismo conseguem explicar satisfatoriamente a maneira de ser dos valores. Estes não se reduzem às vivências do sujeito que avalia, nem existem em si como um mundo de objectos independentes cujo valor se determina exclusivamente pelas suas propriedades naturais objectivas. Os valores existem, para um sujeito, não no sentido de um mero indivíduo, mas de ser social; exigem também um suporte material, sensível (seja objecto, uma acção, um costume ou uma instituição) sem qual não tem sentido.
É o Homem – como ser histórico e social e com a sua actividade prática – que cria os valores e os bens nos quais se encarnam, independentemente dos quais só existem como projectos ou objectos ideais. Os valores são, pois, criações humanas, e só existem como projectos ou objectos ideais. Os valores são, pois, criações humanas, e só existem e se realizam no Homem e pelo Homem.
As coisas não são criadas pelo Homem (os seres da natureza) só adquirem um valor entrando numa relação especial com ele, integrando – se no seu mundo como coisas humanas ou humanizadas. As suas propriedades naturais, objectivas, só se tornam valiosas quando servem para fins ou necessidades dos homens e quando adquirem, portanto, o modo de ser peculiar de um objecto natural humano.
Os valores então, possuem uma objectividade especial que se distingue da objectividade meramente natural ou física dos objectos que existem ou podem existir independentemente do Homem, como anterioridade à – ou à margem da – sociedade (…) É uma objectividade especial - humana, social – que não de pode reduzir ao acto psíquico de um sujeito individual nem tão pouco ás propriedades naturais de um objecto real. Trata-se de uma objectividade que transcende o limite de um indivíduo ou de um grupo social determinado, mas que não ultrapassada o âmbito do Homem como ser histórico – social (…) Existem, assim, objectivamente, isto é, com uma objectividade histórico social. Os valores, por conseguinte, existem unicamente num mundo social, isto é, pelo Homem e para o Homem."
Adolfo Sanchez, Ética.


Tendo o texto como referência discuta a objectividade/subjectividade dos valores.



(Retirado do site Netprof)