Quando falamos na acção humana, existe uma questão que nos colocamos: será que as nossas acções já se encontram "pré-determinadas" ou nós somos totalmente autónomos e livres nos nossos actos?
A nível filosófico, encontrámos duas posições opostas: uma que defende que a vida humana e as suas acções como algo já determinado; outra, que diz que o homem é totalmente livre nas suas atitudes.
Para a primeira posição, a determinista, o homem não é livre visto existirem diversos factores que determinam a sua conduta, a sua forma de ser e estar no mundo. Segundo esta perspectiva, o homem é apenas uma marioneta no teatro da vida que é manupulado segundo as determinações de forças exteriores que podem ser físicas, biológicas, psicológicas, sociológicas a até religiosas. Neste sentido, fala-se num destino, na sorte do ser humano, em que não tem vontade própria, não sendo assim dono e autor dos seus actos. Ora, segundo esta teses, se o homem não é o verdadeiro autor dos seus actos, logo não é responsável pelos mesmos.
Para a segunda opção, a que defende a liberdade da acção humana existem diversas teses. Ao falarmos de liberdade, a primeira ideia que nos ocorre é que a "pessoa livre" é aquela que não tem qualquer constrangimentos, faz aquilo que quer e lhe apetece sem prestar contas a ninguém. Neste sentido, a pessoa não é livre, é "libertina". Como numa sociedade em que os seus elementos façam aquilo que querem é uma sociedade sem regras, sem princípios. Como nos diz Sartre," a minha liberdade termina quando a do outro se inicia (...)", isto é, nós, enquanto seres humanos, apesar de sermos condicionados na nossa acção por diversos factores, quer sejam de ordem biológica ou social; temos sempre a possibilidade de escolha, podemos optar entre duas coisas, dois caminhos. É neste factor que se assenta o "livre arbítrio" ou a vontade livre, o homem tem e pode escolher, pode praticar os actos ou uma acção voluntariamente, tendo porém a consciência que está inserido numa sociedade que tem regras e há que cumpri-las no perímetro da sua liberdade. Por outro lado, nós somos livres na medida em que a nossa liberdade de acção não põe em causa a liberdade, os princípios básicos da convivência com os outros homens. A liberdade assenta também no respeito mútuo.
Outro conceito que está interligado ou relacionado com a questão da liberdade é a responsabilidade. Só uma pessoa que é livre é que pode ser responsável pelos seus actos. Ou seja, se eu ajo livremente, pondero a minha acção voluntariamente medindo os prós e os contra ... eu sou responsável, acarreto as consequências da decisão que tomei.
Mas, se por outro lado, sou coagida por alguém ou por forças exteriores a praticar uma cção menos boa, será que sou responsável?
É óbvio que podemos afirmar que apesar de estarmos, por exemplo, sob ameaça de morte podemos não executar essas acção pois somos livres de o fazer ou não.Mas quando falámos de integridade física de alguém ou do valor da vida, é sempre complicado.
Podemos também questionar se uma pessoa sofre de problemas psíquicos ou psiquiátricos é livre ou não nas suas acções.
Esta é uma questão controversa e cabe a nós encontrarmos a nossa resposta.
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