segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A acção e o acontecimento

Imagem retirada da net


"O animal está limitado ao presente; não, sem dúvida, ao presente físico, isto é, ao instante actual, mas ao seu presente psicológico, isto é, que sabe, por associações estabelecidas pela experiência, deve seguir-se imediatamente. Por não apreender as relações, é incapaz de observar as relações de causa e efeito na sequência dos acontecimentos de que é testemunha e, com mais forte razão, de deduzir as consequências dos seus actos. Para ele a vida desenrola-se como um filme cujas imagens se sucedem sem que perceba uma ligação ou um sentido nessa sucessão.
O homem, pelo contrário, percebe as relações de causalidade. Por isso prevê as consequências dos seus actos: conhece, por exemplo, o efeito do abuso dos prazeres da mesa ou dos prazeres sexuais; sabe que um abandono irreflectido aos impulsos naturais de momento termina num penoso sofrimento. Não estando, como o animal, limitado ao presente, o homem pode evocar o futuro que prevê, comparar as vantagens de uma satisfação adiada, em resumo, fazer o balanço das operações que projecta, calcula, isto é, raciocinar. Graças a esta faculdade de comparação e de cálculo, não será conduzido pelas forças que são móveis, mas sim dirigido por motivos, isto é, por razões conscientes.
Esta é precisamente a característica essencial da vontade. Age-se voluntariamente, quando se age por razões."
Paul Foulquié, A Vontade, Edições Europa América.

1. Tendo presente os seus conhecimentos a análise da acção humana e da dinâmica do agir.
2. Explicite o sentido da seguinte afirmação: "graças a esta faculdade de comparação e de cálculo, não será conduzido pelas forças que são móveis, mas sim dirigido por motivos, isto é, por razões conscientes."

(Retirado do site Netprof.)

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